Um Espetáculo de Cultura nos Palcos de Recife


Prêmio Especial de Teatro Adulto: Cantigas do Sol – Dom Quixote de Cordel, foi um dos vencedores


A abertura do grande evento, em sua décima quinta edição, mostrou mais ou menos como seria o acervo dos teatros recifenses. A peça de Vital Santos, Cantigas do Sol ou Dom Quixote de Cordel (além de abrir o evento teve outra apresentação no dia 27 de janeiro), emocionou a platéia. Janeiro de Grandes Espetáculos início no Teatro Santa Isabel, com a presença da atriz homenageada esse ano, Leda Alves, com o prefeito da cidade do Recife, João da Costa e com vários organizadores do evento, entre eles Paulo de Castro. Cantigas do Sol ou Dom Quixote de Cordel, aborda a vida e obra de Luiz Gonzaga, feito num musical muito bem elaborado com suas músicas encaixadas na viagem do rei do baião. A peça não se limita ao falar dos problemas políticos em que o Brasil passou no governo de Getúlio Vargas e o posterior ao dele. Um gingado emocionante dos atores, um palco simples e bem trabalhado pelo grupo.

Por Uma Cabeça (Grupo os Soltos de Teatro), é baseado nos textos do polêmico Nelson Rodrigues. A peça traz no cenário do Teatro Hermilo Borba Filho, três atrizes rodeadas de pares de sapatos. Uma delas fica no canto, atrás, datilografando o que seria as confissões dos personagens de Nelson Rodrigues. A segunda ficava na sua transversal, sentada para iniciar a primeira que troca os seus pares de sapatos. A terceira, sai de uma malha que estava pendurada ao teto, a impressão que se tem é que ela nasceu dela. As três atrizes fazem pontes entre trechos de Nelson Rodrigues, sem apelação sexual, o que é marca do “Anjo Pornográfico”. A apresentação mostra a vida em diversos aspectos e experiências, e a cada momento que elas encarnam personagens rodriguianos, elas trocam de sapatos, como se trocassem de personalidade.

E por falar em personalidade, a peça Crendices... Quem disse?, de são Paulo, faz sua apresentação em cima da dança e dos trechos do texto de Ariano Suassuna. A música feita ao vivo, com toques fortes e instrumentos variados, os dançarinos em perfeita sincronia, a locação e os figurino bem patrocinados e os bailarinos pareciam flutuar no palco. Outra peça que trouxe o mexido do corpo foi a dos pernambucanos, em Vire ao Contrário, a leveza e a sutiliza do corpo humano é bem expressada pelos homens que fazem a coreografia extremamente expressante. A Mirada de Píer, espetáculos de três atrizes portuguesas que falam em espanhol. Com uma apresentação diferente, o que vale para elas é a criatividade. Usando de microfones, câmeras filmadoras que lançam tudo em tempo real num telão atrás das moças, a imagem dá mais dramatização e uma interpretação diferente da vista apenas no palco.A peça relata os anseios e prazeres extraídos do conflito que geram o desejo. Uma apresentação erótica do poder.

Mercadorias de Futuros, escrito por José Paes de Lira, Lirinha, e produzido e dirigido por Leandra Leal e pelo próprio Lirinha. Um espetáculo que transborda de criatividade e talento. O uso de sons e luzes são abusivos pelo cantor do Cordel do Fogo Encantado. Lirosvsky é um vendedor de livro s que usa de todas as artimanhas para conquistar clientes, conta histórias, fala da vida dele e resume o que estaria escrito em seu livro.

O festival está de parabéns, as peças foram muito bem escolhidas e distribuídas pela cidade. A qualidade dos espetáculos foi surpreendente e a maioria, aplaudidas de pé.



Confira os vencedores na lista abaixo:


TROFÉU APACEPE DE TEATRO E DANÇA

Destaque da Produção Local (concedido pela Apacepe):
Lano de Lins, pela realização do Teatro Alfredo de Oliveira


VENCEDORES DA CATEGORIA TEATRO ADULTO

Melhor Espetáculo (segundo comissão julgadora):
Ato (Grupo Magiluth)

Melhor Espetáculo (segundo júri popular):
Trupizupe, o Raio da Silibrina (Pedro Portugal Produções)

Melhor Diretor:
Marcondes Lima (Rasif – Mar Que Arrebenta)

Melhor Ator:
Ricardo Mourão (O Crime do Padre Amaro)

Melhor Atriz:
Marilena Breda (Algum Amor Para Eugênia)

Melhor Ator Coadjuvante:
Leidson Ferraz (Trupizupe, o Raio da Silibrina)

Melhor Atriz Coadjuvante:
Não houve indicação

Ator Revelação:
Não houve indicação

Atriz Revelação:
Não houve indicação

Melhor Iluminação:
Játhyles Miranda (Rasif – Mar Que Arrebenta)

Melhor Cenário:
Marcondes Lima (Anjos de Fogo e Gelo)

Melhor Figurino:
Aníbal Santiago (Anjos de Fogo e Gelo)

Melhor Maquiagem:
Júlia Fontes (Ato)

Melhor Sonoplastia:
Rafael Almeida (Por Uma Cabeça)

Melhor Trilha Sonora:
Henrique Macedo (Rasif – Mar Que Arrebenta)

Prêmio Especial de Teatro Adulto:
À dramaturgia dos espetáculos Anjos de Fogo e Gelo (Rainbow Produções e Eventos), Cantigas do Sol – Dom Quixote de Cordel (Dramart Produções), O Crime do Padre Amaro (Galharufas Produções) e Rasif – Mar Que Arrebenta (Coletivo Angu de Teatro).


VENCEDORES DA CATEGORIA TEATRO PARA CRIANÇAS

Melhor Espetáculo (segundo comissão julgadora):
Outra Vez, Era Uma Vez... (Companhia Fiandeiros de Teatro)

Melhor Espetáculo (segundo júri popular):
Historinhas de Dentro (Grupo de Teatro Quadro de Cena)

Melhor Diretor (empate):
André Filho (Outra Vez, Era Uma Vez...)
Samuel Santos (Historinhas de Dentro)

Melhor Atriz
Andreza Nóbrega (Historinhas de Dentro)

Melhor Ator
Não há indicação

Melhor Ator Coadjuvante:
Arilson Lopes (A Árvore de Julia)

Melhor Atriz Coadjuvante:
Ana Maria Ramos (A Árvore de Julia)

Melhor Trilha Sonora:
André Filho (Outra Vez, Era Uma Vez...)

Melhor Iluminação:
O Poste Soluções Luminosas (Historinhas de Dentro)

Melhor Cenário:
Marcondes Lima (Outra Vez, Era Uma Vez...)

Melhor Figurino:
Manuel Carlos (Outra Vez, Era Uma Vez...)

Melhor Maquiagem:
Manuel Carlos (Outra Vez, Era Uma Vez...)

Prêmio Especial de Teatro Para Crianças:
A André Filho e Samuel Santos pela dramaturgia voltada para a infância e juventude


INDICAÇÕES DA CATEGORIA DANÇA AO TROFÉU APACEPE DE TEATRO E DANÇA

Melhor Espetáculo (segundo comissão julgadora):
Imagens Não Explodidas (Cia. Etc)

Melhor Espetáculo (segundo júri popular):
Coreológicas Recife (Acupe Grupo de Dança)

Melhor Bailarina:
Maria Agrelli (Tempo Fragmento)

Melhor Bailarino:
Ivaldo Mendonça (Tempo Fragmento)

Melhor Trilha Sonora (empate):
André Freitas (Igual Sem Igual)
Antônio Madureira (As Andanças do Divino)

Melhor Iluminação:
Luciana Raposo (Imagens Não Explodidas)

Prêmio Especial de Dança:
A André Madureira, pela liderança no Balé Popular do Recife há 32 anos

Postagem: Poliny Aguiar - Editora da Coluna Cinema
Luís Magalhães - Editor da Coluna Cultura

1 comentários:

  1. os mario says

    olá! estou precisando URGENTE contactar a produção do espetáculo A Árvore de Júlia. Algum email ou telefone, q possam me ajudar? Abraço,

    Osmário
    osmmario@gmail.com


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