Entrevista exclusiva com Durval Lelys

Por: Felipe Souto Maior
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Uma entrevista divertidíssima, no Museu do Ritmo, o Jornal Espalha Fato, bateu um papo com o irreverente Durval Lelys. Nestes mais de 20 anos de carreira e mais de 20 discos gravados, Durval tem muita história pra contar. Personagens marcantes no carnaval, músicas, shows e blocos por todo o Brasil.
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Depois de 20 anos de carreira, mais de cinco milhões de CD’s vendidos, micaretas pelo Brasil todo e de estourar grandes hits a Banda Asa de Águia, liderada por Durval Lelys.Com várias premiações Dodô e Osmar e muitas condecorações por todo o Brasil, Durval mostra toda a sua humildade, praticante do Yôga, que segundo ele mudou sua qualidade de vida.


Jornal Espalha Fato: São 20 anos de carreira, grandes sucessos, mais de 20 CDS, o Asa já ultrapassou a marca de 5 milhões de disco vendidos. Ainda é difícil lidar com o sucesso?
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Durval Lelys: Hoje é tranqüilo, fico muito feliz com todo esse resultado, uma história sólida e bem construída, em cima de muita alegria e profissionalismo, devo tudo ao carnaval da Bahia, que sempre foi o grande professor de todos nós, aprendemos as lições de fazer o povo ir pra rua pular, cantar e brincar. Tenho um grande orgulho de ser um representante da música baiana.
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JEF: As músicas do Asa de Águia remete a muita alegria. Fale um pouco do processo de composição de seus hits.
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DL: Eu sempre fui muito carnavalesco, um menino muito alegre e brincalhão, a Bahia demonstrou esse seu sentimento diante do seu clima de sentimento, de alegria e descontração que rola em todo o verão aqui, onde a cidade se transforma em um gueto mundial de entretenimento, então eu fico assim, me sentindo como um representante de tudo isso e a minha personalidade me ajudar porque ela é reflexo disso tudo naturalmente, é uma coisa nata, é uma coisa que não é criada, então fico feliz por ter esse dom e poder representar o povo da Bahia com a minha música. Esses ingredientes somados ficam fáceis de compor e fazer as melodias.



JEF: Como você enxerga as críticas em relação ao seu trabalho?
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DL: Muito bem, porque eu acho que a crítica vale tudo, e mais quando se erra, porque podemos reparar para fazer melhor, tava lendo uns dizeres de Albert Einstein, falando justamente sobre crise, que a crise é uma das coisas mais importantes que existe no mundo, que tire proveito dela e saiba reerguer as suas virtudes, então quando você recebe alguma critica, geralmente é quando você esta em crise, mas é justamente a hora de você abrir o olho pra saber o que ta fazendo errado, é muito importante, eu diria que o Einstein tava super correto quando ele falou sobre essa postura da crise na vida humana.
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JEF: Você começou com uma banda de rock. Sua música favorita é "Hello, hello", do Pink Floid. Você acaba utilizando influências do rock e de outros estilos?
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DL: Sempre, eu sou muito fã das grandes bandas internacionais, fico ligado neles também por uma questão de arranjos, sons de guitarras e teclados novos, tudo chega primeiro na Europa e Estados Unidos, mas com o avanço da globalização o nosso entretenimento ficou muito perto. Embora eles lancem as coisas muito rápidas, elas também chegam muito rápido pra gente. Então é muito importante que façamos pesquisas, nada melhor que pesquisar, muitas coisas ainda estão na nossa frente em questão da tecnologia, tudo é criado lá, as luzes, os sons, os instrumentos musicais, tudo vem de fora, então sempre é bom ta de olho nas novidades.
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JEF: Como você enxerga esta questão da pirataria no Brasil, a possibilidade dos seus fãs terem acesso às músicas via internet?
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DL: Eu acho que a pirataria veio de uma forma ruim, prejudicou o mercado como o todo, há mais de dez anos que tentamos escapar disso, lançando produtos independentes, fazendo nossos CDs, to lançando um site esse ano que se chamará "Sai do forno" que será a primeira editora e distribuidora a lançar produtos virtuais que eu conheço, onde vamos colocar toda a obra do asa disponível na internet e vamos deixar que isso tenha uma visão de divulgação, porque no fundo no fundo, o valor financeiro que temos é em cima do show, então nos adaptamos também a isso, para que possamos ter nossas condições de combater a pirataria por canais competentes.

JEF: O Asa abandonou as grandes gravadoras e partiu para o projeto independente. Dá para "sobreviver" sem o aparato de uma gravadora?
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DL: Pois é, sobrevivemos como te falei, fazendo nossos produtos independentes, tenho um estúdio de gravações e editora, todos os nossos produtos são fabricados e finalizados dentro de nossa própria estrutura. Fazemos apenas as negociações com as gravadoras e distribuição. Há dois anos estamos parceiros da Som Livre, estamos em uma parceria de sucesso, entregamos o produto pronto e não precisamos ta discutindo qual a música que vai ou que não vai.
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JEF: Já se arrependeu de ter lançado uma música de trabalho e no final achar que a melhor seria outra?
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DL: Se arrepender não, porque quando lançamos uma música, lançamos achando que aquela música é boa, pode não ser boa para o mercado comercial, mas ela sempre é boa para o nosso público, em nosso repertório, acertar assim na mosca o que vai cair na boca do povo é uma coisa muito difícil, é a única coisa que não podemos prever, porque o gosto do povo está além de nossas previsões.

JEF: Trivela, CocobambuFolia, Asa Beach. São alguns dos projetos bem sucedidos do Asa, quais são os próximos?
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DL: Tem a festa da luz, que essa festa tem tudo pra virar nacional ou mesmo internacional, temos o bloco que roda o Brasil, Cerveja e Coco, que é uma parceria minha com Ivete Sangalo, juntos há cinco anos, tem o forró virou, que é uma mistura de axé com forró, na cidade de Vitoria da Conquista, na Bahia. Temos outros projetos, que ainda vamos divulgar.
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JEF: Você pensa em fazer algum trabalho paralelo ao Asa?
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DL: Na verdade eu já lancei dois discos paralelo ao Asa, tem o "leros off road" que tem rock and roll, foi logo no inicio do Asa. Depois veio o "Batuque de praia", tipo, samba de praia, tem outro só percussivo. E agora tem um projeto acústico, onde toco gaita e violão, fazendo algumas interpretações de musicas.
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JEF: Como a prática do Yôga trouxe mudanças nos seus hábitos e qualidade de vida?
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DL: O Yôga modificou toda a minha vida, minha maneira de ser, agir e absorver e sentir as coisas. Sou um homem equilibrado, centrado, energizado e, sobretudo, feliz.
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JEF: É verdade que o Asa já foi banda cover de rock? Conta como foi essa experiência e como foi mudança de estilo para o axé.
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DL: Cover não, Fazíamos rock e um belo dia, fomos convidados a tocar em cima de um trio. Contratamos de última hora um percussionista e adaptamos a nossa música aos ritmos baianos. Foi uma loucura!!! Todos gostaram e assim nasceu o ASA pro Carnaval.

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